Todos amiguinhos.

A blogosfera lusitana embeveceu-se com um filme do YouTube que narrava as glórias patrioteiras. Sempre as mesmas: a Via Verde e os telemóveis pré-pagos, as fronteiras vetustas e a fronha bigoduda dos Afonsos. Um toma lá Finlândia em intermináveis 6 minutos e 44 segundos. Os Finlandeses, que têm mais que fazer, respondem em minuto e meio: tomem vocês a Nokia, as gajas boas e o Linux e não se fala mais nisso. São as lendárias guerras virais entre os tipos que “dividiram o mundo” e os tipos a quem pedimos a sopa. Deve resultar, claro.

19 pensamentos sobre “Todos amiguinhos.

  1. Meu caro,

    Não sou advogado de defesa do vídeo, mas parece-me que essa interpretação é absolutamente abusiva e despropositada. O vídeo tem um conteúdo 100% irónico. Ou acha que dizer que somos o único país que nunca ganhou uma eurovisão, que comemos o porco todo ou que o Cristóvão Colombo pediu primeiro autorização ao Rei de Portugal parecem coisas de um patriotismo bacoco? É claro que não. É claro que aquilo foi feito para ser divertido, tal como o vídeo dos próprios Finlandeses, que pelos vistos levam-se menos a sério que muitos de nós.
    Que haja um conjunto de imbecis que tenha levado a mensagem do vídeo para o lado patriótico do puxa a lágrima não me admira, nem me espanta. Mas isso é algo totalmente diferente, como o Luís deveria saber distinguir. Quem fez de Amália uma cantadeira do regime não foram certamente as letras de O’Neill. É tudo uma questão de perspicácia que, muito sinceramente, acho que lhe faltou neste ponto. O que é estranho vindo de si.
    Eu compreendo que não goste da situação actual de Portugal. Mas daí a estas reacções despropositadas com um vídeo destes vai uma longa distância. Parece que nem a brincar podemos dizer bem do país. Os finlandeses foram bem mais sensatos do que isso.

    Um abraço.

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    1. Jorge, TODAS as passagens deste filme, que eu tenha visto, foram inspiradas por sentimentos “patrióticos”. Não houve nada de irónico na sua divulgação. Ao contrário de si não acredito que o filme tenha um conteúdo 100% irónico. Talvez seja falta de perspicácia, mas azarinho.

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      1. Bem, se formos a ver que a História de cada Nação é uma característica do seu patriotismo, terá toda a razão. Mas o patriotismo não é por natureza uma coisa má. Poderá ter uma conotação má, que julgo que é essa que lhe quer dar. Mas o Luís, nesse caso, está claramente a forçar algo que não está lá.
        Não me leve mesmo a mal porque vou dizer isto sem qualquer agressividade: isso é birra.

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        1. Jorge, as subtilezas do patriotismo estão para lá do meu entendimento. Aquilo é apenas folclore português. O mesmo que tem resultado tão bem nos festivais da Eurivisão.

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  2. Concordo Luís. O vídeo é ridículo, não passa de nacionalismo bacoco. Glórias passadas temos todos, começando pelos desgraçaddos gregos. who cares…?

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  3. E não foram poucos, Luís, os idiotas que refere. Em relação ao comentário acima, não me parece que o Jorge C. tenha razão: o conteúdo do vídeo não só não é 100% irónico, como nem sequer foi utilizado pelos bloggers que o publicaram com esse sentido.

    No caso dos finlandeses, até numa merda destas nos demonstraram a sua competência: claros, sucintos e sem erros históricos.

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    1. Bem, Carlos, eu não me referi a “idiotas”. Todos temos direito aos nossos maus momentos, como se verifica ocasionalmente neste blog. O Jorge usou, certamente para efeitos retóricos, a expressão “imbecis”, o que também não me parece excessivamente respeitoso mas essas merdas são unicamente da responsabilidade dele. Isto é um blog familiar, e aqui pratica-se a crítica construtiva.

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      1. Luís, tem toda a razão: não referiu. Li os comentários anteriores, e atribui a si o termo referido pelo Jorge C.: “imbecis” — e ainda assim voltei a fazer confusão (eu recorro mais à expressão “idiotas” do que “imbecis”). Leia-se, então, “embebecidos”.

        (Em todo o caso, chamar “idiotas” ou “imbecis” a algumas pessoas é construtivo, e uma clara promoção.)

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  4. Em poucos segundos conseguiram falar do Benfica, Ronaldo e Mourinho e algures, em tão distinta companhia, de Fernão de Magalhães… Se isto não é d’um gajo se atirar do telhado da Sé cá p’ra baixo, não sei o que é.

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  5. Não há vídeo que venda Portugal aos Portugueses. Esse é que fazia falta, em vez de alinharem baboseiras porno-nacionalistas para convencerem uma troupe de comedores de rena – em todos os sentidos e posições do termo – a emprestarem-nos dinheiro.

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  6. Eu acho que eles começaram a fazer o vídeo com uma intenção patriótica mas, a certa altura, devem ter-se apercebido de que aquilo estava a sair ridículo e vai daí começaram a avacalhar a coisa. No fim fizeram uma montagem cubista e saiu tudo à mistura. De qualquer modo, resultou paupérrimo. Podem ser todos amiguinhos, mas só alguns conseguem ser Braques…

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