Conheci o Luis M. Jorge num retiro espiritual em Jamiroquaiquai, perto de Bregapólis, na provincia do Rêgo Grande do Sul. O centro acolhe gestores de sucesso e marketeers que buscam a plenitude em três dias de meditação, iôga, música tibetana e vegetarianismo. O Luís elogiou o tofú guisado em quiabos e os bifes de seitan com arroz integral, revelando-me a sua infinita paixão de viver. Ao fim de uma hora já eramos íntimos, e fizemos sexo tântrico numa praia deserta, em cima da rede, até ao pôr-do-sol. Nessa tarde maravilhosa descobri coisas que desconhecia, dentro de mim. Durante as orações da noite recebi a inspiração que me faltava: eu tinha que o entrevistar. O convite foi feito telepaticamente, por um encontro de auras, e aceite de imediato. Como escreveu Lobsang Rampa, les beaux esprits se rencontrent.
Laurinda A.: Hoje é dia 8 de Setembro. A numerologia é importante para si?
Luis M. Jorge: Sim, eu acredito em medidas perfeitas. Você não?
Laurinda A.: Depois de o ter conhecido, acredito. Como é que se encontrou com a sua espiritualidade?
Luis M. Jorge: Trabalhando numa agência de publicidade. É um ambiente estimulante, em que podemos escutar os nossos sentimentos verdadeiros e temos acesso ao Eu interior, intemporal. Depois, foi só seguir essa voz. A Ritinha é que me trouxe para aqui.
Laurinda A.: A Ritinha Brito e Costa? A filha do embaixador? Ela é luminosa. Também acredita que nenhum homem é uma ilha?
Luis M. Jorge: Pois não. Mas ela tem um bom par de cordilheiras, e uma baía que acolhe o meu bote durante as tempestades.
Laurinda A.: (risos) Você é tão espirituoso…
Luis M. Jorge: … espiritual.
Laurinda A.: Segue os assuntos mundanos da política? A campanha interessa-lhe?
Luis M. Jorge: Há meses um tipo da Bebop perguntou-me se queria fazer filmes para o Sócrates. Mandei-lhe o orçamento, e agora não fala comigo quando nos encontramos na rua.
Laurinda A.: Não me diga que é de esquerda.
Luis M. Jorge: Tenho um lado selvagem.
Laurinda A.: Eu sei. E vai votar em quem? No Sócrates, no Jerónimo ou no Louçã?
Luis M. Jorge: Não.
Laurinda A.: Foi um prazer estar consigo.
Luis M. Jorge: Eu sei.
«Ao fim de uma hora já éramos íntimos, e fizemos sexo tântrico numa praia deserta, em cima da rede, até ao pôr-do-sol.»
Foi bom? Imaginariamente falando, claro.
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Foram cinco horas agradáveis.
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Estava inspirado. Fez-me rir. A vida corre bem, apesar de breve.
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Vai-se andando.
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“Mas ela tem um bom par de cordilheiras, e uma baía que acolhe o meu bote durante as tempestades”
Gostei deste excerto de poesia de geo referenciação 🙂 Bravo Ambrósio!
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A laurinda é inspiradora.
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