Deixa cá ver se percebi.

As mesmas pessoas que aplaudiram o “brutal aumento de impostos” para quem ganhava mais de 800 euros, as mesmas pessoas que aplaudiram o corte das transferencias sociais que afectou os mais pobres entre os pobres no Governo anterior, essas pessoas agora berram e esperneiam porque alguém falou em tributar imóveis de valor superior a 500 mil euros. É isto, não é?

20 pensamentos sobre “Deixa cá ver se percebi.

  1. Isto, não só é bom para a auto-estima, como devia ser explorado pelo marketing do governo. Os investidores estrangeiros deviam ficar a saber que existe aqui um povo que se levanta contra a aplicação de uma taxa a imóveis de mais de 500 mil euros, como se fossemos um bairro de silicon valley. Como não tardam todos a fazer bicha nos bancos para de lá sair com sacos de notas (já está, por aí em Lisboa?), era uma boa ocasião para umas fotografias.

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  2. Genial. Adoro publicitários orgânicos, claro, a seguir aos economistas que vão inventar a bancarrota com aumento de riqueza e diminuição da desigualdade.

    XisPto

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    1. Se é orgânico, come-se. Publicitários destes, como as nossas avós plantavam no quintal, já rareiam. E então, XisPto, para quando é que é a bancarrota? Somos tão preguiçosos, que até procrastinamos as bancarrotas. Andor com isso, pessoal.

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      1. Claro, é come-los, como as caracoletas acompanhado por vinho francês, nada de preconceitos gramscianos. Há muito tempo que a espécie me fascina, dos resistentes antifascistas (“Pescadinhas de todos os mares, uni-vos!”), ao presente. Chego a vacilar nas minhas velhas crenças de que se limitam a reproduzir a ideologia capitalista dominante.
        Bancarrota? Qual bancarrota? Já virámos a página da austeridade como você defendia e isto vai de vento em popa!

        XisPto

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        1. Xis, acha que estou à espera que me reponham numa legislatura o que perdi de rendimentos no último governo, entre cortes diretos e aumentos de impostos? Não. Há uma coisa curiosa: foi assumido pelo último governo que precisávamos de cortes e impostos brutais. Dito e feito. Mas houve lá governo mais honesto e que falasse mais verdade aos portugueses? Mas os mesmos que o implementaram e o defenderam, atacam agora aquela tal fundação (a que era amiga e agora é vendida aos bolcheviques), por se limitar a fazer as contas. É a mesma coisa que um ministro dar instruções e de seguida bater na datilógrafa por lhe transcrever fielmente as suas palavras… está-me a seguir? Portanto, voltando atrás, a civilização é um processo lento.
          Sobre isso da bancarrota, aconselho um truque para não nos empatarmos mais, que até já vi ser utilizado com louvor e aclamação: é dizer que já estamos em bancarrota. Imagine uma bruxa que todos os dias diz a um cliente: amanhã vai ser atropelado por um comboio. Como o homem vive ao pé de um apeadeiro… a bruxa tem esperança de muito em breve ficar conhecida pelo seu extraordinário poder de previsão, com base num complexo sistema de leitura de relatórios escatológicos. Mas o homem lá volta, todos os dias, cada vez mais desconfiado da bruxa. Até que a bruxa, para salvar a reputação, lhe revela que ele já foi mesmo trucidado, está morto e ainda não sabe e publica o acontecimento. O homem, atarantado, lá continua a sua vida, mas não consegue convencer os vizinhos de que não está mesmo morto. O homem desiste, casa com outra falecida, cria filhos, a família é todos os dias cumprimentada pelos vizinhos, muito pesarosos, e a bruxa prospera.

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          1. Caramelo, por favor, com um verbo desses e revela-se um anti-austeritário gradualista! Então a austeridade não era um simples truque político imediatamente descartável? Não se recorda de ver o nosso primeiro dizer que tudo se resolvia com o crescimento (o denominador da equação… como disse após 2 anos de silêncio)? Que Você tenha calma e paciência eu percebo, pelo que diz deduzo que tendo já beneficiado das devoluções de direitos não integra o decil dos que perderam mais no estudo do prof Farinha, o dos que perderam o emprego e têm filhos de pouco tendo servido as medidas de política do governo. Mas suponho que também não integra o decil do cozido à portuguesa que já empochou 500 milhôes de IVA, coitados, sem a sua paciência. Como diz muito bem o negócio do prof são números, só números, unicamente rendimento desigual mente distribuído, nada têm a ver com dívida de 2009, um Gini horroroso. O prof não perde tempo com os 130% do PIB que alguém pagará. Pegue na metodologia e vá fazer as contas para a ver a diminuição de desigualdade no fim de 2016. Agente depois fala, estamos no intervalo do primeiro jogo do campeonato.

            XisPto

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            1. Xis, eu sou tão anti-austeritário gradualista, como sou anti-parvoeira gradualista. Não há paciência nenhuma e é para acabar já. Mas uma coisa é uma filosofia de vida ou um estado mental avariado, outra coisa são os seus efeitos e nunca ninguém lhe disse que os efeitos da parvoeira acabavam no dia da posse do novo governo. Se algum maluco disse isso, vá-lhe pedir contas a ele. A maioria continua a ter pouco, mas as contas que se fazem é quanto é que cada um perdeu ou ganhou antes e quanto é que cada um perde ou ganha agora. É uma operação aritmética simples, que dispensa o dr. Farinha.

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