O meu correligionário Sérgio Lavos denuncia aqui uma estratégia dos media que deixa de fora da campanha os pequenos partidos, os que não têm representação parlamentar.
Por pequenos partidos entenda-se, naturalmente, o Livre/Tempo de Avançar, que aprovou o seu programa cidadão (…) sem qualquer cobertura televisiva.
Numa anotação um pouco amarga, o Sérgio reconhece que o sentimento de orfandade tem excepções:
Como ninguém prometeu despir-se na convenção, não estavam lá câmaras para filmar o acontecimento.
Ora, eu não duvido que as câmaras apareceriam se o Rui Tavares tivesse prometido despir-se na convenção, embora duvide que a notoriedade daí resultante favorecesse as suas perspectivas eleitorais.
Parece-me que a estratégia dos media deve preocupar menos o Sérgio do que a estratégia de comunicação do partido.
Ainda não vi um cartaz, um folheto ou uma acção de rua do Livre desde que a pré-campanha começou. Não digo que não existam, digo que não os vi. Como ocupo a minha vida entre a Graça e a Avenida de Roma, suponho que percorro áreas interessantes para a acção política em Lisboa.
A falta de recursos não explica estas coisas. Quem não pode comprar redes de mupis, distribui flyers; quem não tem dinheiro para imprimir, faz marketing de guerrilha. O importante, para os eleitores, é observar provas materiais da determinação de uma equipa.
O Livre comprou umas pizzas para dar aos jornalistas, divulgando, salvo erro, o seu programa eleitoral. O princípio é bom, apesar do mindset Calimero. Mas falta perseguir presencialmente a Páf e concentrar recursos em Lisboa, porque os blogues e o Facebook não elegem deputados.
Tempo Livre de Avançar.
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Os tempos mudaram. Antigamente, um partido pequeno mostrava a sua virilidade pintando as paredes do mítico eixo Graça-Avenida de Roma, falando ao megafone de uma ponta com força suficiente para se ouvir na outra ou, em dias de vento, lançando flyers que corriam a zona toda. Mas agora as pessoas têm mais consciência ecológica e já não gostam muito disso. Ia ser uma escandaleira entre as tias velhas das avenidas e lá tinham os sobrinhos, descapitalizados e a precisar das heranças, ter de limpar os passeios. Restaria a perseguição presencial, mas não estou a ver o Rui Tavares e o Sá Fernandes a fazer essas coisas.
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Mas o Sá Fernandes era tão bom a perseguir presencialmente os vereadores da Câmara de Lisboa, antes de ele próprio ser vereador.
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O vereador não é o outro Sá Fernandes? Bom, é possivel que sejam os dois candidatos pelo Livre/TA…
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Não, mdsol, é o mesmo: o Zé que fazia falta.
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Permita-me acrescentar que não existe um “eixo graça-avenida de Roma”. É mais ou/ou. Eu é que sou esquisito.
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Pronto, já fui ver onde é a Graça. Eu sou um bocado Bruno Aleixo.
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Tou a ver.
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Eu acho que perderam o comboio em (15 de) Setembro de 2012. Agora já não vão lá nem com os pastéis de massa tenra e os sumos de fruta do Almeida.
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