Nem as aparições de nossa senhora foram tão intrigantes como a desaparição da nossa direita entre a noite de ontem e esta manhã. Por razões que me escapam, centenas de conservadores e liberais que nunca se calam fizeram um silêncio sepulcral. A dúzia e meia que falou queixou-se langorosamente da vida e do ennui. A maioria não tinha visto um debate transmitido por todos os canais generalistas e de informação — nada mais plausível, já que vivemos o crepúsculo do audiovisual. Os três que o tinham visto foram convidados pela Ana Lourenço. Dois eram do PSD.
O professor Marcelo, como nunca dorme, ainda ornamentou um estúdio com o brilho das suas reflexões: Costa tinha triunfado. Foi o único comentador de direita (perdoem o pleonasmo) a arriscar um veredicto claro. Os outros voltejaram em círculo sobre a inutilidade do exercício e a injustiça destas iniciativas em que, talvez sem querer, alguém deixa espaço para a oposição.
A Helena Matos, nunca precisando de saber o que diz para dizer coisas à Helena Matos, afirmou a medo que não tinha havido derrotados. Confirmava-se: tinha havido derrotados. Precisei de visitar os jornais online para perceber a dimensão da coça. Nos inquéritos em tempo real, oitenta ou noventa por cento dos participantes atribuíam a vitória a António Costa. Os alarmes devem ter soado na São Caetano à Lapa. Dezenas de jotinhas passaram a noite em claro para devolver a dignidade aos veredictos populares.
Esta manhã o sangue já estava limpo e os jornais de referência cumpriam o papel, um pouco amarfanhado, de fazer o que podiam: não houve vencedores. Graças a deus.
Costa tem de aproveitar o embalo e Passos diversificar o discurso, porque agarrar-se a Sócrates só chegará caso Costa torne à pachuchice e aos cartazes do Pingo Doce.
Não esperava menos do Costa, que se cevou nestas lides, mas Passos foi de uma pobreza e falta de preparação surpreendentes. Quem o viu desancando Sócrates em 2011 e o viu ontem…
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Os anos nem sempre nos favorecem, como Sócrates descobriu nessa altura.
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Entretanto, este post já vai em cento e tal partilhas no Facebook. Não há dúvida que é o futuro.
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O facebook não é o futuro, nem o passado, é apenas uma rede social com os seus prós e contras. Para alguém que trabalha há vinte anos na área da comunicação (ou algo assim) e não percebe isso, é preocupante
Escrever “Não há dúvida que é o futuro” em tom ironia (só pode), muita coisa está a passar-lhe ao lado.
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Querida Maya, vejo que me topa à légua. Ainda bem que me diz que essas coisas do Facebuck são apenas redes sociais “com prós e contras” — assim como a bomba antónia, não é? Não tinha percebido, e tem bons motivos para estar preocupada. Outra coisa que não percebo é esta frase:
“Escrever “Não há dúvida que é o futuro” em tom ironia (só pode), muita coisa está a passar-lhe ao lado.”
Não é que a sua sintaxe seja má, nem a sua escrita suburbana, eu é que sou muito loirinho.
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Ó mãe, os coms. são tão bons como o poste… O que eu ando a perder!
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Isso e os jotinhas que a escassos minutos das sondagens anunciavam nas “redes sociais”, alto e a bom som, uma vitória “inquestionável” do rei sol de Massamá. Tem sido um fartote. Se não serve para muito mais, esta malta que abana a cauda à espera do biscoito serve pelo menos para ir às lágrimas.
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Mais que o rei sol: o rei correio da manhã.
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O querido líder de audiências 🙂
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Até o FT http://www.ft.com/intl/cms/s/0/b312c806-5791-11e5-9846-de406ccb37f2.html#axzz3lKsHOpPn diz Costa “reenergizou” a campanha 🙂
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Lá está o Financial Times ao lado da terceira via, pá.
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Hard left não é muito a cena deles http://www.ft.com/intl/cms/s/0/49454d12-4a59-11e5-9b5d-89a026fda5c9.html#axzz3kRA1GI76 , http://www.ft.com/intl/cms/s/0/cb2ef186-518c-11e5-8642-453585f2cfcd.html#axzz3l8iDxPP3 .
Mas, como já escrevi, Livre is my way 😉
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Não vamos ter grande way.
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A entourage de Costa, como Arq Salgado, Marcos Perestrello e afins, não me inspira confiança suficiente para aplicar o adágio de O’Neil “Ele não merece, mas vota no PS.”
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O O’Neil era tão, tão bom. E tinha gosto para as mulheres.
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o costa ganhou o debate quando sacou o programa económico (ou lá como se chama aquilo) do sacola preta! muito old school, pá! ganda pinta!
já o passos coelho, com o seu ipadezinho da treta, não convenceu ninguém.
o resto são análises laterais, paralelas, secundárias e, diria mesmo, descentradas, plenas de inverdades e plafonadas.
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António Costa de Buda a coactor http://www.sabado.pt/portugal/politica/detalhe/costasx.html “o secretário-geral do PS se atirou ao entrevistador” diz o pequeno Martim do Expresso http://expresso.sapo.pt/newsletters/expressomatinal/2015-09-11-Novo-Banco-solucao-velha-adia-se-e-pronto
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hehe, era um panhonha, agora é um monstro. Jornalismo de qualidade.
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Eu sinceramente, nos momentos de distracção, penso se estes “jornalistas” realmente acham que os levam a sério…
Haja paciência, por estas e outras é que eu, do bolso me sai, só assino o FT.
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A “meritocracia” no jornalismo é uma coisa miserável.
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Os moçinhos e moçoilas do Observador devem estar mesmo chateados http://observador.pt/2015/09/11/foto-de-socrates-7-curiosidades-em-que-talvez-nao-tenha-reparado/
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São doentes mentais.
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