Nas vésperas da atribuição do Nobel da Literatura recordo todos os anos, com calafrios, os bons tempos em que o general Eanes intercedia por Miguel Torga e a fina-flor dos nossos deputados líricos urrava contra as injustiças cometidas pela Suécia a Vergílio Ferreira. Nesses momentos torno-me quase religioso, agradecendo a Deus, à Europa e à internet a extinção misericordiosa do nosso paroquialismo.
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O Amartya Sen fala muito de “parochialism” (848000 resultados no Google). Já “paroquialismo” tem apenas 8840, enquanto “bairrismo” tem 194000 e “provincianismo” tem 154000. Constata-se assim que “paroquialismo” ainda é um anglicismo pouco em uso. Parece-me que bairrismo será o conceito mais equivalente, com a vantagem de ser mais laico pois não invoca o conceito de paróquia. Provincianismo não será bem a mesma coisa, é contraposição de urbano. Mas dado o seu momentâneo arroubo religioso até talvez que paroquialismo não fique mal.
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Vida Breve: um blog que inova nos vocábulos enquanto os outros só mudam a ortografia.
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Não seja mauzinho, vá. Já gostaria o Saramago de ter tido dez minutos da escrita de Torga, e ainda assim levou o prémio. Até a Pilar sabe que sim. Não se chocava mais com os rumores que associavam Lobo Antunes à suecada? Isso sim, seria bestialidade.
P.S: o Virgílio nunca percebi por que carga d’água…..
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Até a Pilar sabe? Aquela mulher há-de surpreender-nos.
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“Nesses momentos torno-me quase religioso, agradecendo a Deus, à Europa e à internet a extinção misericordiosa do nosso paroquialismo”
Amen.
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Ai, santinho.
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Vergílio…por estranho que pareça, o nome dele é Vergílio. (chamo á atenção porque ainda há pouco tempo cometi o mesmo erro no meu mural do facebook)
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Obrigado Pedro, vou mudar.
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Então eu chamo à atenção e não «á» atenção, já que estamos numa de correcções.
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