Depois das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa e das Sete Maravilhas da Gastronomia, para quando as Sete Maravilhas da Literatura, reconhecendo os escritores que transportam as nossas palavras para além da Taprobana? Não é todos os dias que temos o privilégio de escolher entre os lusíadas de Camões e os lusíadas do Gonçalo Tavares, ou de integrar o Equador e o Codex 632 no cânone do Ocidente. Além disso, o Malato gosta muito de ler.
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Boa. Essa eu gostava de ver. O pessoal que lê A Bola e a Caras não teria dúvidas em escolher, sei lá, sete obrazitas que nunca leram ou então fazer muita força, força tipo WC, pelo noss Dan-José Rodrigues dos Santos-Brown.
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… e o Segadães de facturar.
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Com casinha no Mónaco, e tal.
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…e o homem minúsculo (valter hugo mãe), e a entradota anoréxica do “Toma lá”, ou “Sei lá”, ou lá o que é, e a lunática da Lídia Jorge, e a Agustina, de quem nunca ninguém entendeu uma linha que fosse, mas todos cerram fileiras na hora de se cantar o milagre literário, e o Saramago, que para ser lido nas escolas e vendido na Galp teve de ganhar os Jogos Sem Fronteiras, e o Lobo Antunes, que está há décadas fotocopiando o mesmo livro, escrito em novilíngua burgessiana, rivalizando com Saramago nos escaparates da A1. Tudo seguido de uma orgia queirosiana; esse eterno queimador de incensos da troupe lusa de literatos, a habitual secundarização dos génios de Camilo e Pessoa, e a completa ignorância relativamente à literatura brasileira. Ou é só da literatura do rectângulo? Está bem, apouquemo-nos. Não se esqueça de que ainda não fomos às “7 Maravilhas da Canção Portuguesa” e temo o pior. De Braga Santos a Tonicha vai um Malato de distância.
Venha a crise.
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Lol, que exagero André.
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De facto, é um exagero (e a parte relativa à Agustina é grotesca), mas há um ponto em que estou de acordo com o André: «a habitual secundarização dos génios de Camilo e Pessoa» — e até acrescentaria outros. Em todo o caso, a espuma passará e os génios permanecerão — sempre assim foi e assim será.
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Não podem ser as Sete Maravilhas da Literatura Portuguesa (de Portugal, presumo?) porque temos muitas e a escolha é dificil retira-nos o “less is more”. André ficaria: Fernando Pessoa “À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo”, Camões “estavas linda Inês, posta em sossego”, Camilo, Eça mas porque não Almeida Garrett “não te amo”?
“E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror…
Mas amar! Não te amo, não”
Porque se escreve? Nuno Júdice diz que em Tabacaria o poema se torna história escrita por uma razão muito prosaica. “E vou escrever esta história para provar que sou sublime”
O Nuno Júdice é culto e gosto de alguma poesia dele mas é um presumido. Não importa porque escrevem ou fazem poesia, eu gosto de os ler. E são sublimes.
(MRP, JRS, MST (últimamente – nos romances) impedem-me de ler os sublimes, e a vida é breve.
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A viagem das palavras de Nuno Júdice é um livro que aconselho.
Afinal é mais que a alguma poesia do NJ. Talvez não seja presumido…(um amigo disse-me: “detesto os homens que têm a mania que são bons, não detestas?” Olhei sorrindo sem responder porque ele tinha a mania que era bom. E ele respondeu: “Eu não tenho a mania que sou bom. Eu sou bom!”)
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