Exit Ghost é o último dos livros de Zuckerman, que tinha vinte e tal anos no primeiro romance. Agora é septuagenário, desmemoriado, impotente, incontinente e só. Ao visitar um hospital encontra Amy Bellette, a rapariga que o fizera sonhar em Ghost Story. Tal como ele, Amy está um caco: vive na miséria e enfrenta com as humilhações do costume um tumor na cabeça.
O contraponto da história (que bem precisa) chega pela incarnação de um casal jovem e de um predador literato que aparece aqui como um espelho irónico e tardio do escritor. Zuckerman talvez esteja podre mas não está morto, e alimenta uma paixão puramente idealizada pela amável texana enquanto o marido é despachado com uns afazeres na província.
Como a acção é limitada por imperativos biológicos, fala-se de Bush, do politicamente correcto e, num belo momento, da The Paris Review.
A minha sinopse não faz justiça à obra, muito interessante se a encararmos como um Tempo Reencontrado em que tudo correu mal. Ao contrário de Proust, que reserva uma certa elegância à decrepitude, o tempo de Roth é trágico para as personagens. Aqui não há ilusões.
O requeijão ali em baixo tem 19 comentários. Bem,deixa-me equilibrar um pouco as coisas, o Roth merece. Go Philip.
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É assim mesmo.
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