Um tranquilo restaurante à beira-rio, ainda sem vista para uma parede.
As nossas praias podem estar perdidas para o mundo civilizado, mas Lisboa continua a atrair a imprensa internacional. O New York Times esteve aqui antes da greve do lixo e da falência do Bairro Alto em horário burguês. Entusiasmada, a jornalista Elaine Sciolino elogia o playful side da capital portuguesa, com as suas lojas de design e os ambientes nocturnos em que as pessoas se comportam jovialmente. Na próxima visita talvez consigamos deliciá-la com as amenidades de um novíssimo terminal de contentores entre o Museu de Arte Antiga e os pastéis de Belém.
Isto é o Amarr’ó Tejo, não é?
A situação do Bairro Alto não tinha sido resolvida? A câmara não tinha recuado?
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…. e o largo de Camões decorado com belíssimos modelos de furgonetas da Polícia de Intervenção, que zela pela integridade do Bairro Alto depois das duas da manhã.
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A câmara não recuou nem recua. Há muito empreiteiro a querer tornar aquilo num cemitário novo-rico.
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Estou em Lisboa, Luis, e no outro dia fui passear ao Bairro Alto. Está triste a coisa. As pessoas estão preocupadas com o futuro do comércio e com a segurança. É que, goste-se ou não do Bairro Alto, foi a animação, a frequência em massa das pessoas que impulsionou a regeneração daquele espaço e afastou a criminalidade mais violenta.
Também vão escasseando cafés que se mantenham abertos depois das 22. Que depressão..
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Pois. Se fossem vinte gatos pingados numa fábrica andava tudo histérico a querer proteger empregos. Aqueles bares estão a perder 30 a 40 por cento da facturação.
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E para além dos bares está o pequeno comércio que floresceu, a situação imobiliária previligiada… estou mesmo a ver aquilo ficar transformado num Intendente, ou voltar aos obscuros anos 90…
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Então vamos abrir bares e bairros altos um pouco por toda a lisboa. Todas as zonas tinham a beneficiar, certamente, se calhar até aquelas onde os senhores vivem com os vossos filhos que se calhar até gostam de conseguir dormir sem gritarias às 3 da manhã.
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João, a sua tentativa de ironia é um pouco canhestra, pois no Bairro não se dorme há dois ou três séculos. Eu sei, porque já lá vivi.
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Se o João estivesse um pouco mais atento ao que se diz, saberia que os moradores do Bairro Alto estão entre os opositores mais acérrimos a esta medida. Preocupa-os, mais do que o ruído (a ocupação por locais de diversão nocturna do Bairro é secular), a insegurança, o fecho do pequeno comércio e a fuga de toda essa malta que se pela por alugar um T0 por um balúrdio…
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