O problema.

O problema é que o PSD, com mais ou menos asneiras, já não vê um político desde Durão Barroso. Não estou a falar de um génio, claro, mas de alguém com tacto e instinto de sobrevivência.

Depois de Durão, o dilúvio: eis uma frase que, aplicada à personagem, não deixa de ser extraordinária. De 2004 a 2011 o partido foi entregue a dois loucos varridos (Santana e Menezes, com Menezes a ganhar), a dois totós (Mendes e Coelho, mais o Coelho que o Mendes) e à drª Manela, que apesar da indiscutível santidade não foi exactamente um prodígio de agudeza estratégica.

Sete anos nesta merda.

Outra década nisto e podemos exumar o Suetónio, que ao menos já treinou com as biografias de Nero, Galba e Vitélio: não eram mais doidos que os nossos. Nem Calígula, que elevou um cavalo a senador, se lembraria de ir buscar o Fernando Nobre. Você não leu os Doze Césares? Então aguarde os Doze Palhaços, por apenas mais um euro na compra do DN.

Foda-se, é inacreditável que não haja um caralho com dois palmos de testa no maior partido da oposição. O país em ruínas, o Governo nas mãos de um Goebbels da esquerda gira e moderna e aquele atrasado mental desce nas sondagens a dois meses das eleições. Puta que o pariu.

49 pensamentos sobre “O problema.

  1. “Nem Calígula, que elevou um cavalo a senador (…)”.

    Cumpre-me dizer que na História, há actos que são a prefiguração de outros. E que portanto a História não é cíclica, concêntrica, ou uma linha recta. É apenas profética.

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  2. É inacreditável! Quando dermos por ela, o tal da esquerda gira e moderna — e amoral, se me é permitido — já o ultrapassou. Definitivamente, é o que temos, mas não é o que merecemos; eu, pelo menos, não subscrevo essa treta de que «somos todos responsáveis.

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  3. Luis,

    Ou o Sr. dos Passos toma decisões sem ouvir ninguém, o que revela uma assustadora arrogância/ignorância que se poderá confundir com autoconfiança, ou quem o aconselha encheu-lhe o copo de cicuta. Só assim se poderá compreender a escolha de Nobre para candidato a segunda figura da Nação. Eu, funcionário público (por opção e não por gostar de ter o rabinho tremido), que infelizmente lidei estes últimos anos com as diatribes socráticas, tenho muitas dificuldades em conceber que esta malta não consiga destronar o Zé. Bastava-lhe ficar quietinho, sorrir para as câmaras, dizer umas banalidades por trás dos oculinhos de rapaz sério e estava feito. E ainda vai foder isto tudo, o rapazola!

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  4. Caro Luís,

    É de longe a melhor síntese que vi escrita por estes dias, relativa ao lodaçal em que está transformado o PSD. Por cada casca de banana que lhe colocam, o jovem Passos derrama um barril de óleo no caminho que vai seguindo. É uma luta entre um bandido e um palerma. Temo que vença o bandido.

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  5. Uma abécula é uma abécula é uma abécula. Nada a fazer. Vamos continuar a olhar já um pouco entediados para o Monte dos Oliveiras. Digo bem, dos e não das.

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      1. De Kafka, do Senhor das Moscas, de “homens rectos providenciais” e de cristos. Somos todos uns cristos.

        Bem, uns mais do que outros. Mas isso é a vida… a andar para trás.

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  6. bem gostava de saber o que faria o sócrates no psd.
    eu nem vou lá muito à bola com o passos (preferia mil vezes a velhinha), mas convém lembrar que a culpa não é só dele, antes de quem vai votando consecutivamente no tal Goebbels.
    neste país toda a boa gente é de esquerda. mesmo os que berram contra os malandros do salário mínimo votam no ps (eu que sou um fascista de direita reconheço a absoluta necessidade deste tipo de rendimento em muitas situações).
    o sócrates é menos causa do que efeito e prova da nossa pobreza económica, intelectual, cultural. tb n me acho responsável (aliás sei bem quem o é), mas n vale mt a pena lutar.
    Às tantas é para ser sempre assim e nem podia ser de outra forma.

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  7. O Sr. Jorge não está a ver bem a coisa: 6 milhões de portugueses dependem do estado e, coitados, acham que com este que lá está, sempre terão mais – que não têm, nem terão. Mas que quer? É a paixão funesta pela desgraça estável, um medo terrível de mudança. Antes esta miséria conhecida, dizem-se.
    Agora, não deixa de ter razão, é inconcebível que com isto tudo o Passos se dedique à magia e ande a tirar gente da cartola.
    P.S. Quanto à Dra. Ferreira Leite: ela teve consideração por nós, tratou-nos como a adultos e disse a verdade. Mas nós gostamos da maioridade? E alguém gosta de ouvir a verdade?

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      1. Quem me dera ter lido apenas um livro.
        Quanto ao que é uma verificação mais ou menos pacífica: dependem do estado sim, directa ou indirectamente: pensões, ordenados, subsídios, novas e velhas oportunidades… contas feitas por Dr. Medina Carreira que não te tem enganado nestas coisas.

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  8. Faz falta mais militância partidária. Fugimos dos partidos como diabo da cruz, e depois queixamo-nos. Não que eu deseje estar lado a lado com o Marco António, mas se calhar vai ter de ser. Quantos militantes tem o PS ou o PSD? 30 mil? 50 mil? Não é possível que daqui saia uma representação nacional.

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    1. Lourenço, ainda bem que não sai uma representação nacional, ou estávamos feitos: a ideia é que saiam as elites. E quanto a isso, o PSD é uma espécie de novela da TVI.

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  9. Mais militância partidária? MAIS? Porra! Precisa-se é de mais militância cívica, mais consciência política do escol independente de círculos partidários, esse que se limita a glossar a desgraça eterna em que o país anda desde os tempos da Inquisição, sem qualquer contribuição construtiva para a regenar o lodaçal que não se cansam de diagnosticar. Entre alas de bandidos e carpideiras, sobe o país ao cadafalso.

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    1. Desculpem intrometer-me, mas é uma questão de anatomia: quem tem cabeça tem testa, ou não? A questão está nas dimensões.

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